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quarta-feira, 21 de março de 2012

MANHÃ DE ESPIRITURALIDADE – 11/03/2012

A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO


João 11:1-44 Estava, porém, enfermo um certo Lázaro, de betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta.E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo.
Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas.
E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.
Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.
Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava.
Depois disto, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia.
Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá?
Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo;
Mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz.
Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.
Disseram, pois, os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo.
Mas Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono.
Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto;
E folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis; mas vamos ter com ele.
Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele.
Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura.
(Ora betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios.)
E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão.
Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa.
Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.
Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.
Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia.
Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;
E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?
Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.
E, dito isto, partiu, e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está cá, e chama-te.
Ela, ouvindo isto, levantou-se logo, e foi ter com ele.
(Ainda Jesus não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara.)
Vendo, pois, os judeus, que estavam com ela em casa e a consolavam, que Maria apressadamente se levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: Vai ao sepulcro para chorar ali.
Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se.
E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê.
Jesus chorou.
Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava.
E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?
Jesus, pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo, veio ao sepulcro; e era uma caverna, e tinha uma pedra posta sobre ela.
Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias.
Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
Tiraram, pois, a pedra de onde o defunto jazia. E Jesus, levantando os olhos para cima, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido.
Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste.
E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora.
E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o, e deixai-o ir.
REFLEXÃO
1. Jesus nos ama e, verdadeiramente, se importa conosco, tendo compaixão e empatia por nós em seu coração
Jesus amava Lázaro, Marta e Maria. Ele ficou agitado, perturbado e comovido ao ver Maria chorando pela morte de
seu irmão, chegando a chorar, também, por isso. O fato de ele ter demorado a agir em favor de Lázaro
não significou que ele não se importava, mas, sim, que tinha planos diferentes dos da família de Lázaro.3
2. Há enfermidades e problemas em geral com propósitos específicos e bons de acordo com plano de Deus Apesar de enfermidades e problemas em geral serem motivos de tristeza e, até mesmo, desespero, e, além
disso, aparentemente, não terem outro propósito que não o sofrimento humano, Deus pode ter propósitos
específicos e bons quanto a isso. Jesus disse: "Essa doença não acabará em morte; é para a glória de Deus, para
que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela" (v.4), e também: "Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou
contente por não ter estado lá, para que vocês creiam. Mas, vamos até ele" (vv.14-15). Assim, apesar da dor e
tristeza gerada pelas tribulações, podemos ter a esperança de que Deus irá agir segundo os seus propósitos
pré-estabelecidos para o cumprimento de sua vontade, que é boa, perfeita e agradável (Romanos 12.2). Paulo
diz em Romanos 8.28: "Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que
foram chamados de acordo com o seu propósito".
3. Deus realiza suas obras de acordo com os seus propósitos e no tempo por ele determinado Ao receber a notícia da enfermidade de Lázaro, Jesus permanece por dois dias onde estava e chega a Betânia
tão-somente quatro dias depois de sua morte. Por quê? Por causa dos propósitos de Deus Pai. Por mais que isso
fosse e seja estranho ao pensamento humano, estava nos planos de Deus que Lázaro morresse, ficasse quatro
dias mortos e, finalmente, fosse ressuscitado. A Bíblia diz, em Isaías 55.8-9: "‘Pois os meus pensamentos não são
os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos’, declara o Senhor. ‘Assim como os céus
são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus
pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos’". Os pensamentos de Deus não são como os nossos. Os
planos de Deus não são como os nossos. O tempo de Deus não é o nosso. Assim, só nos resta confiarmos em
Deus e esperarmos nele e não nos rebelarmos e o culparmos por não fazer as coisas como nós gostaríamos que
fossem feitas, como Marta e Maria manifestaram em sua fala comum ("Senhor, se estivesses aqui meu irmão não
teria morrido", vv.21,32).
4. A palavra final pertence a Jesus Quando Jesus está presente, nem a morte estabelece o ponto final de uma história. Seja no presente ou no
futuro, física ou espiritualmente, a palavra final pertence a Jesus. Ele é vencedor sobre a morte. Ele pode
ressuscitar mortos no presente e ressuscitará sua igreja no futuro. Ele pode devolver a vida ao corpo e fazer
renascer o espírito. Ele é a ressurreição e a vida! "Onde está, ó morte, a sua vitória?" (1Coríntios 15.55). Assim, seja
qual for a situação, independentemente da gravidade do que, porventura, estejamos enfrentando, a palavra
final pertence a Jesus! É ele quem determina se será morte ou vida. Vale a pena ou não crer em um Deus como
esse e, assim, ver a sua glória manifesta?
Conclusão
Deus nos ama, tem propósitos específicos e bons de acordo com o seu plano e irá agir em nossas vidas no tempo
por ele determinado. Além disso, a palavra final em todas as coisas pertence a Jesus, que tem toda a autoridade
nos céus e na terra (Mateus 28.18). Portanto, confiemos, nos entreguemos, esperemos e descansemos em Deus.
Grite de modo que todo o mundo ouça: a palavra final pertence a Jesus!
: Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Bebedouro-SP

segunda-feira, 5 de março de 2012

MANHÃ DE ESPIRITURALIDADE – 04/03/2012


A CURA DO CEGO DE NASCENÇA

João 9, 01-41
E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença.
E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego.
E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo.
Então os vizinhos, e aqueles que dantes tinham visto que era cego, diziam: Não é este aquele que estava assentado e mendigava?
Uns diziam: É este. E outros: Parece-se com ele. Ele dizia: Sou eu.
Diziam-lhe, pois: Como se te abriram os olhos?
Ele respondeu, e disse: O homem, chamado Jesus, fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé, e lava-te. Então fui, e lavei-me, e vi.
Disseram-lhe, pois: Onde está ele? Respondeu: Não sei.
Levaram, pois, aos fariseus o que dantes era cego.
E era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.
Tornaram, pois, também os fariseus a perguntar-lhe como vira, e ele lhes disse: Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me, e vejo.
Então alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles.
Tornaram, pois, a dizer ao cego: Tu, que dizes daquele que te abriu os olhos? E ele respondeu: Que é profeta.
Os judeus, porém, não creram que ele tivesse sido cego, e que agora visse, enquanto não chamaram os pais do que agora via.
E perguntaram-lhes, dizendo: É este o vosso filho, que vós dizeis ter nascido cego? Como, pois, vê agora?
Seus pais lhes responderam, e disseram: Sabemos que este é o nosso filho, e que nasceu cego;
Mas como agora vê, não sabemos; ou quem lhe tenha aberto os olhos, não sabemos. Tem idade, perguntai-lho a ele mesmo; e ele falará por si mesmo.
Seus pais disseram isto, porque temiam os judeus. Porquanto já os judeus tinham resolvido que, se alguém confessasse ser ele o Cristo, fosse expulso da sinagoga.
Por isso é que seus pais disseram: Tem idade, perguntai-lho a ele mesmo.
Chamaram, pois, pela segunda vez o homem que tinha sido cego, e disseram-lhe: Dá glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador.
Respondeu ele pois, e disse: Se é pecador, não sei; uma coisa sei, é que, havendo eu sido cego, agora vejo.
E tornaram a dizer-lhe: Que te fez ele? Como te abriu os olhos?
Respondeu-lhes: Já vo-lo disse, e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir? Quereis vós porventura fazer-vos também seus discípulos?
Então o injuriaram, e disseram: Discípulo dele sejas tu; nós, porém, somos discípulos de Moisés.
Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é.
O homem respondeu, e disse-lhes: Nisto, pois, está a maravilha, que vós não saibais de onde ele é, e contudo me abrisse os olhos.
Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve.
Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença.
Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer.
Responderam eles, e disseram-lhe: Tu és nascido todo em pecados, e nos ensinas a nós? E expulsaram-no.

Jesus ouviu que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: Crês tu no Filho de Deus?
Ele respondeu, e disse: Quem é ele, Senhor, para que nele creia?
E Jesus lhe disse: Tu já o tens visto, e é aquele que fala contigo.
Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou.
E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos.
E aqueles dos fariseus, que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos?
Disse-lhes Jesus: Se fósseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece.

REFLEXÃO
O capítulo nono do Evangelho se São João relata o encontro de Jesus com um cego de nascença enquanto caminhava nos arredores do Templo. Há notícias de que a cegueira era extremamente comum no Oriente Médio. Nos textos bíblicos, fala-se, sobretudo de dois tipos de cegueira. A oftalmia, doença altamente contagiosa, agravada pelo brilho do sol, pela poeira e pela areia soprada do deserto e pela falta de higiene. Outra forma mencionada é a cegueira senil, que resulta do avançar dos anos. De acordo com o relato evangélico, são os discípulos que, em primeiro lugar, percebem a presença do cego e propõem uma questão a Jesus.
A dúvida dos discípulos, ao encontrarem o cego, é de ordem teológica.
A resposta de Jesus aos discípulos é clara:
Ao romper com a teologia corrente a afirmar que a doença não é fruto de pecado, nem castigo de Deus, Jesus acaba também com a lógica excludente de atribuir a culpa da enfermidade a Deus e por decorrência ao pecado, o que gerava e, ao mesmo tempo, legitimava a exclusão social e religiosa de que se achasse doente. Por isso, ao invés de se afastar do cego, como seria normal, Jesus se aproxima, cospe no chão, se abaixa e faz lama com a própria saliva e o pó do chão. Em seguida, a aplica sobre os olhos do cego e pede que ele vá se lavar na piscina de Siloé, cujo significado é "enviado". A narrativa do sinal é encerrada com a constatação:
Depois do sinal realizado, Jesus sai de cena por um tempo e começa a discussão ao redor do fato de um homem que era cego e pedia esmola passar a enxergar. De um lado, aparece a incredulidade de vizinhos e familiares de que a mudança havia acontecido (de cego, o homem passou a vidente). De outro, a violação do descanso sabático que os judeus vão trazer para o centro da discussão e pedir explicações ao cego e a seus pais. Apesar de verem o bem na vida do cego, que passou a ver, condenam a ação de Jesus, pois ele tinha violado a lei do sábado.
A reação dos pais do cego diante das autoridades dos judeus, ou seja, diante daqueles que sustentam a velha lógica de que doença está sempre vinculada ao pecado, é de medo. Por isso, dizem somente saber que aquele homem é seu filho, nasceu cego e agora vê. Como aconteceu isso, não sabem. A solução é que os chefes perguntem ao próprio homem que era cego e agora vê, pois ele já é maior, ou seja, já é responsável pelos próprios atos e opiniões.
A finalidade catequética do evangelista está em evidenciar a missão de Jesus como luz do mundo. Por isso joga muito com as palavras "ver" e "crer". Não somente neste capítulo e neste episódio de alguém que não vê e não crê e depois passa a ver e crer, pois a catequese finaliza com um novo encontro de Jesus com o cego:
O texto termina com Jesus voltando para a cena e dialogando novamente com o cego. O novo aqui é que da cegueira física passa à cegueira espiritual, sobretudo daqueles que não querem ver. Com diz o ditado popular: "
"Quem pecou para que ele nascesse cego?". Seguindo a teologia tradicional, os discípulos propõem a Jesus uma pergunta pela causa da cegueira: teria o homem pecado ou teriam sido seus pais, pois havia a compreensão de que o pecado dos pais poderia prejudicar os descendentes, por várias gerações. Esta forma de compreender foi objeto de questionamento e de confronto com Jesus em várias ocasiões. "nem ele, nem seus pais pecaram, mas é uma ocasião para que se manifestem nele as obras de Deus!" Cristo interrompe a tradição de vincular doença e pecado e oferece aos discípulos, aos fariseus, aos judeus, aos familiares do cego e ao próprio cego uma catequese sobre sua missão, Jesus apresenta-se como "luz do mundo" e luz que se manifesta pelas obras que realiza. Essa experiência permite que o próprio cego se transforme em discípulo. "o cego foi, lavou-se e voltou enxergando". "Tu crês no filho do Homem? Ele respondeu: Quem é, Senhor, para que eu creia nele? Jesus disse: Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo. Ele exclamou: "Eu creio, Senhor!" e ajoelhou-se diante de Jesus". o pior cego é aquele que não quer ver". Jesus encontrou pessoas assim e, infelizmente, também as encontramos em nossos dias. É missão da Igreja a continuidade da ação de Jesus na história para que a saúde se difunda sobre a terra.


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