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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Campanha da Fraternidade 2015: FRATERNIDADE: IGREJA E SOCIEDADE





" Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45)
CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil




A Campanha da Fraternidade 2015 tem como objetivo “aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus”.Daí já se percebe o intuito da CNBB em fazer com que os católicos do Brasil vivam mais intensamente o modelo de Igreja que o Papa Francisco tem insistido em viver.
Na prática significa um empenho em “identificar as questões desafiadoras na evangelização da sociedade e estabelecer parâmetros e indicadores para a ação pastoral; aprofundar a compreensão da dignidade da pessoa, da integridade da criação, da cultura da paz, do espírito e do diálogo inter-religioso e intercultural, para superar as relações desumanas e violentas; atuar profeticamente, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para o desenvolvimento integral da pessoa e na construção de uma sociedade justa e solidária”.
Parece uma atitude audaciosa, mas a Igreja católica tem como missão continuar a missão de Jesus que não foi indiferente a tantas situações desumanizantes de seu tempo e afirmou: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45).De fato, Jesus realizou sua missão em meio aos problemas e injustiças da sociedade do seu tempo, e propunha um novo modo de viver. Com suas ações, Ele mostrou como deveria se caracterizar a vida dos homens e das mulheres no Reino de Deus. Ele colocou em primeiro lugar os pobres, os fragilizados, os excluídos e demonstrou amor e cuidado pelos pequenos e marginalizados do seu tempo.
Na história da Igreja católica sabe-se que as primeiras comunidades cristãs sofreram e foram perseguidas, mas o exemplo dos mártires as tornava ainda mais unidas. Alguns séculos mais tarde, para suprir carências da sociedade civil, a Igreja, já mais bem estruturada, pôde servir na construção da civilização europeia, após a desarticulação das estruturas do Império Romano.Na Idade Média aconteceram fatos importantes e exigentes: a Reforma Protestante que fraturou o cristianismo; o movimento do Humanismo, que reivindicava uma sociedade articulada sobre bases humanas e não a partir de conteúdos da fé; a vinda dos europeus para a América que fez com que viessem os missionários jesuítas, franciscanos, carmelitas e beneditinos. Foram eles que por primeiro defenderam os indígenas da escravidão, inclusive criando aldeamentos para não serem capturados. A atuação dos religiosos motivou o Marquês de Pombal a fechar os noviciados religiosos a partir de 1762. O exemplo de atuação da Igreja pelos mais pobres também está na fundação das “Santas Casas” por religiosos que se ocupavam em acolher os doentes pobres: (Olinda (1539); Santos (1543); Salvador (1549); Rio de Janeiro (1582); Vitória (1551); São Paulo (1599); João Pessoa (1602); Belém (1619); São Luís (1657).
Entre as décadas de 1930 a 1950, e depois naquelas de 1960 e 1970, a Igreja deparou-se com situações inéditas e novos desafios pastorais.A resposta da Igreja veio na forma de várias iniciativas organizacionais e nas primeiras experiências de Pastorais Sociais. Em 1964, A Campanha da Fraternidade foi realizada em âmbito nacional. Na década de 70, ela foi um veículo para denúncias e debates relativos a temáticas sociais do momento, como: migração, trabalho, fome, moradia e outros.
A partir daí a urbanização da sociedade brasileira foi muito rápida. Vieram alguns problemas: favelização, poluição, violência, drogadição, enchentes, mobilidade e precárias condições sanitárias. E a violência não para de crescer, sob todas as formas e em todos os estratos da sociedade. Nosso país apresenta uma taxa de 20,4 homicídios por 100 mil habitantes, a oitava pior marca entre 100 nações com estatísticas confiáveis sobre o tema.
No âmbito religioso evidencia-se cada vez mais uma religiosidade individualista. O Papa Francisco chama de “mundanismo espiritual”. Caracteriza-se pela busca da autossatisfação, da perda do sentido comunitário e do projeto de Jesus. Tem uma fé subjetivista que cria um “elitismo narcisista e autoritário”.Estamos diante da chamada cultura moderna e materialista: distancia as pessoas dos valores éticos e espirituais, transforma as pessoas em puros consumidores e tudo é passível de ser instrumentalizado e chega-se facilmente ao descarte das pessoas.O Papa Francisco alerta: “Já não se trata simplesmente do fenômeno de exploração e opressão, mas duma realidade nova: com a exclusão, fere-se, na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos não são explorados, mas resíduos, sobras” (EvangeliiGaudium n. 53)
Diante desta situação a Igreja tem a missão do serviço à sociedade em favor do bem integral da pessoa humana. É preciso diálogo cooperativo fraterno e enriquecedor com a realidade social e as instâncias representativas da ordem social, a favor da verdade, da justiça e da fraternidade em vista do bem comum. Um caminho é a parceria de instituições e organizações sociais.
As ações concretas devem girar em torno do cuidado e proteção da dignidade humana: o cuidado com a família, com as crianças, os adolescentes e jovens, com os trabalhadores e trabalhadoras. Dedicar especial atenção aos migrantes nas suas diferentes realidades, a promoção de uma sociedade que respeite as diferenças, o combate ao preconceito e à discriminação, o apoio a iniciativas de inclusão social dos indígenas e afrodescendentes.
Nenhum cristão pode ignorar que existe uma ligação profunda entre evangelização e promoção humana. A sociedade de Bebedouro tem o privilégio de contar com o Educandário Santo Antônio, que cumpre a sua missão evangelizadora de promoção humana dos mais pobres há mais de 50 anos.
Frei Valmir Ramos, ofm
Pároco da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus






segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

União dos franciscanos do Norte de São Paulo e do Triângulo Mineiro


Conforme acontece todos os anos, os freis desta Paróquia foram para Franca, SP, nos dias 26 a 30 de janeiro, quando realizaram o retiro espiritual anual. O pregador foi o Frei José Francisco Cássia dos Santos, pertencente à Província da Imaculada Conceição de São Paulo. No final do retiro houve uma Assembleia na qual foi realizada a união dos confrades franciscanos da Fundação Nossa Senhora de Fátima, cujo território abrangia o Triângulo Mineiro e o Alto do Paranaíba. Por decreto do Definitório Geral da Ordem dos Frades Menores (Ordem Franciscana) e depois de transcorrido um processo de aproximação, houve a adesão dos franciscanos daquela Fundação a esta Custódia. Isto significa que eles passaram a integrar a Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus a partir do dia 30 de janeiro de 2015. A Custódia, por sua vez, ficou enriquecida de irmãos e tornou-se responsável pela evangelização num amplo território que abrange o Nordeste e Centro-Oeste do Estado de São Paulo, o Triângulo Mineiro e Alto do Paranaíba.






Abraço!
Fr Valmir